Texto escrito por nossa psicóloga @guadalupy_oliveira: Crianças sentem mudança de rotina. Percebem algo estranho na atmosfera do ambiente, nas testas franzidas, nas vozes apreensivas, nos excessos de noticiários, de conversas e acessos ao telefone tratando repetidas vezes do mesmo tema. Estamos numa crise global, e não podemos subestimar a capacidade de compreensão das crianças quanto a isso. Obviamente na medida em que a maturidade de cada uma consiga alcançar, a verdade sempre trará segurança.

Dias indeterminados sem a escola precisam ser explicados. ” Você ficará uns dias em casa, por conta desse tal coronavírus, mas isso vai passar e logo você estará de volta”. Dar a criança um senso de orientação é essencial para que ela não seja exposta a uma condição de desemparo. Adultos cuidam dos problemas, crianças são seres sociais e precisam ser ensinadas a fazer parte disso de forma adequada, lavando as mãozinhas, orando pelas pessoas, mas percebendo através de nossas ações que estamos cuidando das coisas, e que tudo vai ficar bem. Não podemos permitir que o alcance desse vírus, vá ainda mais além do risco a nossa saúde física, desse isolamento forçado, que nos pega de surpresa em tantos aspectos, inclusive pra suprir a falta da brincadeira no parquinho e da descida pro Play.

Aproveitemos esse momento pra crescer, “re-inventar”, “re-conhecer” que não somos ilhas, que precisamos uns dos outros e que podemos sim encontrar novos arranjos, adaptações e sadias brincadeiras, mesmo com a verdade de um momento difícil como esse.